sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O NINHO VAZIO


Eu gaivota cansada já não posso voltar ao ninho.
Não há filhotes para guardar
Eu velha coruja já não sou atalaia,
perdi a profundidade do olhar, já não tenho filhotes para ser guardiã.
Eu  juriti que geme sozinha , mirando o ninho vazio dos filhotes que já aprenderam a voar.

Eu loba solitária campeio pelos ermos infinitos e já não tenho toca para vigiar.
Eu garrincha mofina já não cato gravetos pra meu ninho arrumar, pois já não há filhotes pra abrigar. 
Vôo em círculos, mergulho em profundos abismos, voejo em caatingas desertas.

E o ninho oco a catucar minh'alma
O ninho vazio a sangrar minhas  veias
E uma angustia medonha a esmagar meu peito.


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