sábado, 15 de outubro de 2011

APENAS UM PONTO



Autora: Terezinha Rocha de Almeida


Apenas um ponto,
um ponto no infinito de retas,
de curvas, tangentes e  paralelas.

Um ponto, apenas no universo.
Uma pequena partícula no areal da vida.
E tudo é tão imenso, tão grande para mim,
que às vezes desapareço na torrente da existência
e surjo funda como um abismo.

Como uma goela,
uma garganta de caverna imensurável
e apenas dúvidas trombam em meu interior.

Que pobreza!
Tanta estrada percorrida
e não diviso o norte.

Enovelo-me nas minhas entranhas,
nas linhas das minhas veias e artérias
ou nas infinitas células cerebrais.

Há dias em que me insurjo grande,
poderosa como os oceanos,
firme como os rochedos.

Sigo então para as contendas,
reflito sobre minha pequenez
e volto ao fundo do saco,
recolho-me ao vitelo,
mergulho no âmnio,
palpo pedaços de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário