Autora: Terezinha Rocha de Almeida
Apenas um ponto,
um ponto no infinito de retas,
de curvas, tangentes e paralelas.
Um ponto, apenas no universo.
Uma pequena partícula no areal da vida.
E tudo é tão imenso, tão grande para mim,
que às vezes desapareço na torrente da existência
e surjo funda como um abismo.
Como uma goela,
uma garganta de caverna imensurável
e apenas dúvidas trombam em meu interior.
Que pobreza!
Tanta estrada percorrida
e não diviso o norte.
Enovelo-me nas minhas entranhas,
nas linhas das minhas veias e artérias
ou nas infinitas células cerebrais.
Há dias em que me insurjo grande,
poderosa como os oceanos,
firme como os rochedos.
Sigo então para as contendas,
reflito sobre minha pequenez
e volto ao fundo do saco,
recolho-me ao vitelo,
mergulho no âmnio,
palpo pedaços de mim.
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