Autora: Terezinha Rocha de Almeida
Devorar a vida entre os dentes
como o tigre os pedaços da presa:
carne, entranhas, ossada.
Devorar a vida antes que ela nos devore,
como devora a noite o dia,
sem deixar vestígios ou traços.
Devorar a vida,
pois, ela já nos devora,
faz tempo.
Desde a época das entranhas maternas,
ou mais longe ainda,
do germinar das remotas galáxias,
do tempo da escuridão mais profunda,
da cisão da primeira célula.
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